Como evidencia Antonio Augusto de Souza Coelho, o acesso à água é um direito fundamental para a vida humana, sendo essencial para a sobrevivência e o desenvolvimento de comunidades em todo o mundo. O reconhecimento do direito à água como um direito humano fundamental foi formalizado pelas Nações Unidas em 2010, quando a Assembleia Geral adotou a Resolução 64/292, que reconhece “o direito humano à água e ao saneamento”. No entanto, a gestão da água não se limita apenas ao fornecimento de água potável para consumo humano, mas também envolve questões complexas relacionadas ao uso agrícola da água, que desempenha um papel crítico na segurança alimentar global.
O uso agrícola da água
A agricultura é um dos principais setores consumidores de água em todo o mundo. Conforme pontua Antonio Augusto de Souza Coelho, a água é essencial para o cultivo de alimentos, tanto para a irrigação de culturas quanto para o fornecimento de água para animais de criação. Sem água suficiente, a produção de alimentos seria severamente comprometida, colocando em risco a segurança alimentar global. No entanto, o uso agrícola da água também levanta desafios significativos em termos de gestão sustentável dos recursos hídricos.
Desafios da Gestão Sustentável da Água na Agricultura
- Escassez de água: em muitas regiões do mundo, a água é um recurso escasso, e a demanda por água na agricultura muitas vezes concorre com outras necessidades, como abastecimento doméstico, industrial e ambiental. Antonio Augusto de Souza Coelho destaca que isso pode levar a conflitos pelo acesso à água e à exploração insustentável dos recursos hídricos.
- Uso ineficiente: a agricultura frequentemente utiliza sistemas de irrigação ineficientes, resultando em desperdício significativo de água. Melhorias na eficiência da irrigação, como a adoção de tecnologias de irrigação por gotejamento e aspersão, são essenciais para reduzir o uso excessivo de água na agricultura.
- Poluição da água: a agricultura também pode contribuir para a poluição da água devido ao uso de fertilizantes e pesticidas, que podem contaminar rios e aquíferos. Isso não apenas afeta a qualidade da água, mas também tem impactos negativos na saúde humana e no meio ambiente, conclui Antonio Augusto de Souza Coelho.
O direito à água na agricultura
O direito à água na agricultura deve ser equilibrado com a necessidade de garantir a disponibilidade de água para outros usos e para as gerações futuras. Isso requer uma abordagem cuidadosa e coordenada para a gestão dos recursos hídricos. Alguns princípios importantes a serem considerados incluem:
- Prioridade para o consumo humano: o direito humano à água potável deve ter prioridade sobre outros usos, incluindo a agricultura. Garantir o acesso à água para o consumo humano é uma obrigação fundamental.
- Uso eficiente: a agricultura deve adotar práticas que promovam o uso eficiente da água, como sistemas de irrigação modernos e técnicas de cultivo sustentáveis. Isso pode reduzir a quantidade de água necessária para a produção de alimentos.
- Proteção ambiental: a gestão da água na agricultura deve considerar a proteção dos ecossistemas aquáticos e a preservação da qualidade da água. Isso é essencial para manter a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos.
- Cooperação e governança: a gestão da água muitas vezes transcende fronteiras políticas, exigindo cooperação internacional e uma governança eficaz dos recursos hídricos. Acordos bilaterais e tratados regionais podem desempenhar um papel crucial nesse sentido.
O direito à água e seu uso na agricultura são questões complexas e interconectadas que exigem uma abordagem equilibrada e sustentável. Garantir o acesso à água potável para consumo humano é uma prioridade fundamental, mas também é crucial atender às necessidades da agricultura, que desempenha um papel vital na segurança alimentar global. A gestão eficaz dos recursos hídricos, a promoção do uso eficiente da água na agricultura e a proteção do meio ambiente aquático são elementos essenciais para alcançar esse equilíbrio necessário. O desafio é encontrar soluções que permitam a coexistência pacífica e sustentável dessas diversas necessidades em um mundo onde a água é um recurso cada vez mais precioso.