Manter um cavalo é um compromisso que vai muito além da paixão. Envolve planejamento, rotina e, sobretudo, responsabilidade financeira. Aldo Vendramin, empresário e fundador, informa que compreender os custos reais de um cavalo é fundamental para garantir bem-estar, desempenho e sustentabilidade no manejo. Em 2025, os valores variam conforme o tipo de propriedade, a finalidade do animal e o nível de exigência do manejo, mas todos exigem organização e cuidado.
Neste artigo apresentaremos alguns custos gerais para você que se interessa em ter e dar qualidade de vida para o cavalo.
Custos fixos e variáveis: entendendo a estrutura de gastos
O primeiro passo para calcular o custo mensal de um cavalo é dividir as despesas em fixas e variáveis.
- Fixas: alimentação, ferrageamento, mão de obra e higiene;
- Variáveis: medicamentos, exames, transporte, participação em eventos e imprevistos.
Segundo o senhor Aldo Vendramin, ter clareza sobre essa estrutura é o que diferencia o manejo amador do profissional. A boa gestão financeira permite investir no cavalo certo, com qualidade e segurança.
Os custos médios mensais podem variar entre R$1.200 e R$3.500 por animal, dependendo da localização, tipo de alojamento (baía ou pasto), categoria (esporte, reprodução ou lazer) e estrutura disponível.

Alimentação: o maior peso no orçamento
A alimentação é o item mais representativo, e costuma representar de 40% a 50% do custo total mensal. Um cavalo adulto consome, em média, 2% a 2,5% do seu peso vivo em matéria seca por dia, o que significa cerca de 8 a 12 kg de feno ou capim e 3 a 5 kg de concentrado.
Em 2025, com a valorização dos insumos, o custo médio mensal com alimentação gira em torno de:
- R$300 a R$600 para animais em pasto com suplementação;
- R$800 a R$1.200 para animais estabulados ou de alta performance.
Aldo Vendramin destaca que o segredo está no equilíbrio, pois a alimentação deve ser funcional. Excesso de concentrado gera custo e risco de cólicas, o capim de qualidade e manejo correto reduzem desperdícios e aumentam a saúde do plantel.
A recomendação é sempre contar com o acompanhamento de um zootecnista para formular dietas adequadas e evitar desequilíbrios nutricionais.
Ferrageamento e casqueamento: base do desempenho
Outro item essencial é o cuidado com os cascos, que influencia diretamente o conforto e a performance do cavalo. O ditado é certeiro: “sem casco, não há cavalo.”
O ferrageamento deve ser feito a cada 30 a 45 dias, dependendo do tipo de solo e do uso do animal. Os valores em 2025 variam entre R$250 e R$600 por sessão, considerando mão de obra especializada e ferraduras de qualidade.
Para cavalos que trabalham em campo ou participam de provas, o acompanhamento do ferrador é ainda mais importante, pois o ajuste incorreto pode causar lesões e comprometer o desempenho. Conforme explica o senhor Aldo Vendramin, o investimento em um bom ferrador é uma forma de prevenir problemas caros no futuro, e preservar a longevidade do cavalo.
Vacinas, vermifugação e saúde preventiva
O cuidado sanitário é indispensável. As vacinas obrigatórias e as vermifugações regulares representam cerca de R$400 a R$800 anuais por animal, dependendo do calendário adotado e do protocolo de cada região.
Entre as principais vacinas estão:
- Influenza Equina, aplicada duas vezes ao ano;
- Raiva, de dose anual;
- Tétano, com reforço periódico;
- Encefalomielite e Leptospirose, recomendadas em áreas endêmicas.
Além disso, é obrigatório manter em dia os exames de Anemia Infecciosa Equina (AIE) e Mormo, exigidos para emissão da GTA e participação em eventos.
Aldo Vendramin pontua que o calendário sanitário deve ser acompanhado de perto por um médico-veterinário, e que a prevenção é o investimento mais inteligente, pois um cavalo doente custa caro e compromete todo o planejamento da fazenda.
Mão de obra e estrutura: o custo invisível
A mão de obra é um dos pilares do manejo. O salário de um tratador ou equinocultor varia de R$2.000 a R$3.000 mensais, dependendo da região, experiência e número de animais sob cuidado.
Ademais a isso há custos com limpeza, cama de baias (maravalha, serragem ou casca de arroz), água, energia e manutenção das instalações. Em propriedades com estrutura completa, esses itens podem representar até 30% do custo mensal.
A eficiência está em integrar gestão e rotina, e tal como evidencia o senhor Aldo Vendramin, a estrutura precisa trabalhar a favor da produtividade. Uma equipe bem treinada e baía bem cuidada refletem em saúde, economia e tranquilidade.
Transporte, provas e imprevistos
Os custos variáveis também pesam no bolso de quem participa de provas, leilões ou cavalgadas. O transporte pode custar de R$4 a R$8 por quilômetro rodado, dependendo do número de animais e da distância.
Isto sem contar as despesas com inscrição em eventos, exames complementares e eventuais atendimentos veterinários emergenciais. Por isso, é recomendável manter uma reserva mensal para imprevistos, algo entre 10% e 15% do valor total dos custos fixos.
Planejamento e controle: o segredo da sustentabilidade
O controle financeiro de um haras ou fazenda deve ser feito com planilhas atualizadas, separando custos individuais por animal. Isso permite identificar desvios e planejar investimentos com mais precisão.
Ferramentas digitais de gestão rural ajudam a registrar gastos, organizar o estoque de insumos e calcular o custo por categoria (cria, doma, reprodução, esporte). Manter um cavalo exige dedicação, conhecimento e planejamento financeiro. Alimentação equilibrada, casqueamento regular e cuidados sanitários são investimentos, não despesas. Eles garantem bem-estar, longevidade e desempenho, pilares de qualquer criatório responsável.
Em 2025, a tecnologia e a gestão integrada tornam mais fácil controlar custos e otimizar resultados. Como enfatiza o empresário Aldo Vendramin, nenhuma planilha substitui o olhar do bom criador, aquele que entende que cada real gasto com cuidado retorna em saúde, confiança e paixão pelo cavalo.
Autor: Rech Kuhn